Quinta-feira, Maio 2, 2024

Peixes estão invadindo mares e rios do Brasil

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O Brasil é conhecido por Peixes e internacionalmente por sua biodiversidade.

Não admira. Só dos peixes, mais de 3.500 espécies de água doce foram registradas no país, representando 10% da fauna mundial.

No entanto, vivemos num paradoxo

Embora nossos rios tenham uma grande variedade de espécies nativas, para a maioria dos brasileiros são os peixes exóticos que chegam à mesa, ou seja, peixes de outros países.

]Nas prateleiras dos supermercados e nos cardápios dos restaurantes, os consumidores encontrarão constantemente tilápia e salmão entre os alimentos básicos e possivelmente opções.

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Se temos tantos peixes de água doce no planeta, porquê investir em algumas espécies exóticas?

Por que dão prioridade às poucas espécies que não estão aqui e compram tecnologia do exterior?

pergunta o biólogo Jean Vitoul, professor de Ecologia do Departamento de Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Paraná.

A resposta está na ponta da língua de Francisco Medeiros, presidente da Associação Brasileira de Piscicultura (Peix BR).

“Tilápia, salmão, carpa e peixe panga estão entre as milhares de espécies em todo o mundo que o homem criou”.

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Tilápia

Em particular, a tilápia chama a atenção neste setor – tanto no exterior quanto no Brasil, é atualmente a quarta maior espécie produzida no mundo.

Oreochromis niloticus, originário do rio Nilo, na África e importado na década de 1970, representará 65% das 860 mil toneladas de peixes produzidos em cativeiro até 2022 e 98% da produção aquícola do Brasil.

No entanto, à medida que a aquicultura se tornou um grande foco nacional.

Muitos cientistas alertaram para preocupações e preocupações sobre a falta de supervisão da criação de tilápia e os potenciais impactos desta e de outras espécies não nativas na bacia.

Os últimos anos

“A aquicultura se destaca como principal vetor de introdução de espécies não nativas no mundo. No Brasil, a tilápia é a atividade mais importante.

Entre as espécies cultivadas, Oreochromis niloticus é uma das dez mais invasoras e com graves consequências ambientais, ” disse Almir Cunico, doutor em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais e pela UFPR.

Disse o Coordenador do Laboratório de Ecologia, Pesca e Ictiologia.

Desde 2010, Cunico participa de um estudo, com outros pesquisadores como Vitul, para monitorar a presença de tilápia na bacia do rio Le Paraná.

Estado onde está localizado o maior centro produtor da espécie.

Num período de cinco anos, entre 2014 e 2019, a captura de tilápia nos riachos da região aumentou 1.500%.

Afinal para eles, esse crescimento está diretamente relacionado ao salto na produção nos tanques, onde esses peixes deveriam ser limitados.

“Nossos resultados indicam falhas importantes na prevenção da fuga para habitats naturais.

Atuação como importante fonte de reprodução [órgãos como ovos ou larvas, que podem formar novas populações] e contribui para o seu crescimento. em risco”, alerta Cunico.

Escapes em água doce e salgada 

Na edição de outubro de 2023 da revista científica Aquatic Ecology.

Pesquisadores brasileiros relatam vários cardumes de tilápia ao longo da costa brasileira do Maranhão, Espírito Santo, São Paulo, Santa Catarina e Rio de Janeiro.

A espécie pertence à família dos ciclídeos, um dos últimos grupos marinhos a migrar para a água doce.

Afinal seus ancestrais viviam no mar e, portanto, podem ter tido mais facilidade para se adaptar à água salgada.

“Estes não são registos específicos”, disse Ana Clara Franco, investigadora do Instituto de Ecologia Aquática da Universidade de Girona, em Espanha, e principal autora da análise.

O Ibama, que é um dos órgãos de fiscalização do setor, disse em nota que está atento ao aumento da doença da tilápia no litoral.

“Os relatos de tilápia no mar são resultado do colapso dos oceanos costeiros, alguns dos quais com água salobra.

Podem sobreviver como uma espécie eurialina, capaz de suportar grandes diferenças de salinidade.

Afinal salinidade é muito alta, a tilápia consegue sobreviver por muito tempo.

Ela não dura muito e morre em poucos dias, então não é uma preocupação do ponto de vista ambiental”, disse o Ibama.

Impacto ambiental

“Não existem dados ou estudos de impacto ambiental sobre esses escapamentos.

Mesmo quando essas tilápias morrem, elas alteram o fluxo de matéria e nutrientes em escala ambiental”, rebateu o biólogo.

Mas afinal a verdade é que as fugas estão acontecendo.

“O sistema de produção atual é primitivo e amador.

“Continuando a produção nos moldes atuais, sempre terá um impacto significativo nas espécies exóticas ou locais.

Sendo assim há uma grande demanda por água e não há controle sanitário da água em que esses animais são produzidos.

A presença de espécies africanas no mar não parece preocupar o Ibama – ainda – a situação é diferente nos rios.

“Por ser uma espécie exótica, o impacto na biodiversidade brasileira pode variar desde a redução de espécies nativas.

Passando pela competição, introdução de doenças e desequilíbrios na cadeia alimentar”, afirma a Equipe Técnica da EBAMA.


Fonte de informação: brasil.mongabay.com

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